sábado, 29 de maio de 2010

Será que o google virou um oráculo? Zeca Baleiro dá sua opinião.

A rede idiota (por Zeca Baleiro)


De todas as ilusões que a internet alimenta, a que julgo mais grave é a terrível onipotência que seu uso desperta.
Segundo leio no Google, num site aberto ao acaso, a internet surgiu com objetivos militares, ainda em plena Guerra Fria, como uma forma de as Forças Armadas americanas manterem o controle, caso ataques russos destruíssem seus meios de comunicação ou se infiltrassem nestes e trouxessem a público informações sigilosas. Outro site diz: “Eram apenas quatro computadores ligados em dezembro de 1969, quando a internet começou a existir, ainda com o nome de Arpanet e com o objetivo de garantir que a troca de informações prosseguisse, mesmo que um dos pontos da rede fosse atingido por um bombardeio inimigo.”

Entre as décadas de 70 e 80, estudantes e professores universitários já trocavam informações e descobertas por meio da rede. Mas foi a partir de 1990 que a internet passou a servir aos simples mortais. Hoje há um bilhão de usuários no mundo todo, afirma outro site. Outro informa que o Brasil é o quinto no ranking dos países com mais usuários na internet, tem hoje cerca de 50 milhões de internautas ativos, atrás apenas de Índia, Japão, Estados Unidos e China, estes últimos com 234 e 285 milhões de usuários, respectivamente, informa ainda outro site.
Ilustro com essas informações (suspeitas, como todas que vagam no espaço virtual) a abrangência que tem hoje a internet em todo o mundo, em especial no Brasil. Quase nada acontece hoje sem que passe pela grande rede. Coisas importantes e coisas nem tão importantes assim, como este texto, que não chegaria tão ágil à redação da IstoÉ se não fosse enviado de um computador a outro num piscar de olhos.
Não pretendo demonizar a internet, até porque sou bastante dependente dela. De todo modo, é histórico o mau uso que os humanos fazem de meios fantásticos de comunicação, e o rádio e a tevê estão aí e não me deixam mentir. De todas as ilusões que a internet alimenta, a que julgo mais grave é a terrível onipotência que seu uso desperta. Todos se acham capazes de tudo, com direito a tudo, opinar, julgar, sugerir, depreciar, mas sempre à sombra da marquise, no confortável “anonimato público” que o mundo paralelo da rede propicia. Consultam o Google como se consulta um oráculo, como se lá repousasse toda a sabedoria do mundo. Pra que livros, enciclopédias, se há o Google? - perguntam-se.
No livro “A Marca Humana”, de Philip Roth, um personagem fala: “As pessoas estão cada vez mais idiotas, mas cheias de opinião.” Não sei o que vem por aí, é cedo para vaticínios sombrios, mas posso antever um mundo povoado por covardes anônimos e cheios de opiniões. O sujeito se sente participando da “vida coletiva”, integrado ao mundo, quando dá sua opinião sobre o que quer que seja: a cantora que errou o “Hino Nacional”, o discurso do presidente, a contratação milionária do clube, o novo disco do velho artista, etc. Julga-se um homem de atitude se protesta contra tudo e todos em posts no blog de economia e comentários abaixo do vídeo no YouTube. Faz tudo isso no escuro, protegido por um nickname, um endereço de e-mail, uma máscara. Raivosa, mas covarde.
P.S.: A propósito, comunico, a quem interessar possa, que não tenho Twitter. Não me sigam que não sou novela.

(Zeca Baleiro é cantor é compositor)


E aí, você concorda com Zeca?

Como saber se a fonte de pesquisa na internet é confiável?

Dicas para você, professor, trabalhar esse tema em sua aula.
Todos nossos alunos pesquisam na internet, assim é importante a informação ser confiável.

Observe uma proposta de trabalho e depois diga se você aprendeu a ver se a fonte é confiável ou não!

1ª etapa
Escolha um tema de estudo com seus alunos e estabeleça os pontos mais importantes para investigar, definindo as perguntas que devem ser respondidas na pesquisa.

2ª etapa
Na sala de informática, pergunte se eles conhecem sites que servem para fazer pesquisa. Aproveite a oportunidade para explicar como funcionam. O Google, por exemplo, tem um enorme banco de dados e busca nele a palavra ou frase pesquisadas sem levar em consideração se as informações do site são certas ou erradas.

3ª etapa
Entre no Google e pergunte quais são as melhores palavras-chave para o tema pesquisado? Mostre que, quanto mais específicas ela ou a frase são, melhores os resultados.

4ª etapa
Proponha uma situação-problema, levando dois sites que possuam informações conflitantes sobre o tema. Pergunte: "Em qual confiar?"

5ª etapa
Responda a questão da etapa anterior deixando a turma pesquisar. Caso o aluno entre no primeiro link e imprima as informações sem verificar se elas são corretas, discuta os critérios para selecionar sites confiáveis e pertinentes. O primeiro passo é verificar a terminologia deles: .org refere-se a sites de organizações não-governamentais, .com a sites comerciais e .gov a sites do governo. Depois dessa explicação, lance a pergunta: a pessoa ou a instituição têm acesso a informações confiáveis ou estudam o tema? Apresente também seus sites de confiança, explicando suas escolhas.

6ª etapa
Oriente os alunos a selecionar três sites para a pesquisa. Peça que eles expliquem critérios de escolha e certifiquem-se de que as informações obtidas respondem aos questionamentos da pesquisa.

Aprendeu? Então, mãos à obra!